quinta-feira, 1 de julho de 2010

Leonel

Ele seria feliz no final do dia.
27 anos ajudante de cozinha em um famoso restaurante conhecido apenas no litoral norte quando o sol decidia raiar.
Tudo em sua volta parecia estar risonho para os demais.
Canções evangelicas no rádio,pistom ouvindo-se na escola de musica gratuita da prefeitua a tres metros,a vizinha bisbilhoteira com seus olhos arregalados e sua língua rapida e àspera a desdenhar da jovem universitaria que estava tendo um caso com o padre da cidade(isso diziam todos),o padre que na sua bela idade de 33 anos não dava a menor atenção aos boatos e continuava a malhar todas as manhas com seu belo corpo de homem solteiro a procura de olhares obsequiosos.
Leonel via a vida passar.
Sentava-se em frente ao computador e escrevia em seu blog algumas poesias sonhava que algum dia uma editora visse a favor do acaso seu blog entre tantos e o contratasse,as quartas feiras participava do culto metodista e no sábado ensaiava junto ao coral.
Seu coração sempre vazio preenchido apenas pela esperança de um dia se tornar escritor famoso,não aquela fama fácil e ardilosa de Paulo Coelho ou Dan Brown queria ele ter o reconhecimento que Carlos Nejar e Ferreira Gullar despertam.
Numa manhã de domingo chuvosa ao ouvir o pastor pregar sobre esperança Leonel foi até uma lan house próximo a igreja e escreveu pela primeira vez um conto.O poeta havia se tornado contista.
Saiu tão contente a assobiar uma música religiosa:"mas é preciso que o fruto se parta e se reparta na mesa do amor,mas é preciso que o fruto se parta e se reparta na mesa do amor",ao atravessar a rua em meio a poças d'agua e vento forte não observou o carro que em sua direção vinha.
Leonel ao chão,sangue espalhado no casaco de couro, as luzes do carro para ele seria o coral celestial a recebe-lo no céu.Dormiu!
Na segunda feira pela manhã em seu funeral nenhuma canção se ouviu.Leonel levou consigo a beleza das letras e a paixão das canções

Um comentário:

  1. Interessante no início, meio, mas no final não esperava um final tão triste, meio assombroso.

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