O religioso chega de mansinho perto de mim.Pede que lhe diga o que sinto,o por que de tanta tristeza estampada em meu rosto mulato;saberia responder se não tivesse sido interrogado.
Com roupas,fragrância e sutileza de sacristão mandado as feras, veio o pobre protestante(de pobre não tinha nada)tirar o peso da minh'alma.Poderá ele?
-Quero sexo com você.Disse sorrindo pra ele.
-Minha crença não permite.Disse o sacristão protestante calmamente.
-Qual inquietação te perturba? Persuadiu o protestante.
-Teria tempo pra ouvir,ou desejo de ajudar?(mulato)
-És importante pra mim,como céu pro pássaro.(protestante)
-A rejeição me é por companheira.Desconheço aceitação prévia,sorriso afável ou palavras curtas como:Eu te amo!(mulato)
-Faria o que com tais palavras?(Protestante)
-Se viessem de ti?Beijaria-te!(mulato)
-És meu irmão.(protestante)
-Irmãos se beijam.(mulato)
-Te beijaria.(Protestante)
-Eu também.(mulato)
-Mas qual a certeza de que isso aliviria tua dor?(Protestante)
-Qual a incerteza?(mulato)
-Sou fascinado pelo outro lado.(mulato)
-Que lado?(Protestante)
-Onde há silêncio e escuridão.(mulato)
-A certeza da morte?(Protestante)
-Além da certeza,quero o abraço da morte,o beijo sincero desta companheira de todos.E quero neste momento.Tenho fascínio por este lado escuro e mordaz,há tantos que choram de medo por causa deste nada vigente.Pois eu aceito.Minha oração sincera.(mulato)
-Mas um dia ela chegará a todos.Incluso estas!9protestante)
-Talvez seja isso.Não admito a possibilidade dela chegar quando queira.(mulato)
-Controlador.(Protestante)
-Morra comigo,te peço.(mulato)
-Meu Deus prega a vida(protestante)
-Mais uma vez rejeitado,meu destino real.(mulato)
O sacristão protestante se afasta e caminha pra casa.O mulato sentado canta uma canção de ninar na espera do próximo clérigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário