quarta-feira, 16 de março de 2011

Um assalto

O cano gelado na tempora esquerda.
-Passa o relogio.
La se foi meu rolex de ouro comprado a tres anos em Miami,lembrança da viagem feita com Monica,a amante feita namorada após rompimento de casamento de 5 anos com Adélia,turbulento casamento,pacifica separaçao.Adélia esta tendo um caso com Ulysses,advogado do escritorio ao lado do seu consultorio,Adelia dentista,Ulysses advogado,paredes separavam o affair afoito começado com um bom dia dentro do elevador vigiado por câmeras;nao combinavam ou combinavam tão pouco quanto eu e Mônica.
Ficamos juntos por tres semanas após o descobrimento de Adélia,sim eu e Monica tres semanas apenas,tres semanas iniciais daquilo que achavamos ser a vida inteira,se bem que,só falavamos de eternidade enquanto transavamos,sabe as coisas doidas que todos dizem na hora do gozo?Pois bem nós urravamos eternidade,discursavamos arfantes sobre continuar,continuar,continuar e continuar.
Sabíamos que nada dito seria verdade.
Mais sexo pra enganar a mentira propagada.
Voltamos de Miami e fim,sem telefonemas longos,sem o ultimo jantar,sem olhares lânguidos,nos afastamos.
Adélia e Ulysses tambem,foram um pouco mais longe,Adélia com seu jeito maternal "made in" seculo 21 pediu para Ulysses ir morar no nosso antigo apartamento,disseram me os vizinhos que durante os dois meses em que ali estiveram nao houve sequer uma discussão,sempre olhares apaixonados e sorrisos mutuos no elevador,nas escadas,na garagem e cenas forte de sexo no elevador,nas escadas,na garagem.
Dois meses de prazer.
Adélia sempre foi melhor que eu em saber manter o cativo em tal posicionamento de bem estar que no final o prisioneiro pede pra ficar,Síndrome de Estocolmo?Adélia seria ótima sequestradora se nao optasse pela odontologia;apesar que de certa forma ela captura os dentes de seus pacientes e eles sempre voltam,retornam sempre.Adélia até então respeitada dentista do Morumbi,com alma de sequestradora sueca.
O rapaz de voz gave e um 38 nas mãos pega meu Rolex e vai embora correndo.
Não faço questao de mencionar aqui qual era seu tom de pele,menor ainda se faz o sentido de dizer com que roupa o tal ladrão se traveste,ou se considero este ser inconformado com a vida um culpado ou vítima,tirou de mim,ele,não apenas o relógio bonito e apreciavel,levou consigo minhas lembranças estas que dias atras sozinho tentei recordar.
Incrivel como o inconsciente guarda pra si aquilo que deseja e nos da a conta gotas aquilo que lhe apraz,somos refens dele e assim sendo nem o gelado cano da 38,nem a quente voz grave do rapaz me causam medo agora,me espanta aquilo que guardo e que possivelmente se revele num momento odioso seja pro bem ou mal.
Vou convidar minha sequestradora pro café,será que aceita?

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