sábado, 6 de novembro de 2010

Fim

Desconsiderando qualquer forma de amor relutante.Luzia deixava claro pra um certo Antonio sua decisão de se separar.Haviam sido amantes por seis meses e tudo corria perfeito até que ela num domingo de manhã após sua missa anglicana habitual,decidiu que precisavam se encontrar.
Antonio,sou eu.Preciso conversar com você ainda hoje.Sei que esta na cidade te encontro as 14:00 horas no Motel Sandore.
Antonio não respondeu apenas aquiesceu.
As 14:30 Antonio chegou esbaforido.Você não sabe minha mulher deu um show sobre domingo ser dia da familia e tive que deixa-la em meio a uma crise.
Eu quero terminar.
O que?
Eu me apaixonei e quero terminar.
Hoje é domingo minha mulher acaba de ter uma crise por uma mentira mal dada e você quer iniciar outra crise,Luzia?Acha que eu aguento?
Estou avisando hoje pois amanhã não quero te ver na faculdade.
Fazemos o mesmo curso,lembra?
Antes fazíamos bem mais que o curso e é apenas isso que quero impedir.
Você se apaixona,por um acaso(posso ser cínico assim?) por mim,e me joga fora.Acertei?
Não.
Então?
Como posso dizer,Antonio?
Não faço idéia.
Você me fez bem,nos fizemos bem.Acredito que na horizontal somos imbatíveis,invenciveis.
E o que esta errado?disse choroso.
Eu.
Você é perfeita pra mim.
Eu quero ser perfeita pra mim.E a minha perfeição é ser incompleta.
Voce tem que parar de ler tanta filosofia.
Descomplicar apenas isso que busco.
Descomplicar significa me colocar de lado?
Nossas vezes de ladinho foram especiais,disse lacônica.
Não faz isso comigo ja to ficando com saudades de nós.
Você esta com saudades de nosso sexo,isso qualquer prostituta pode te ajudar.
Eventualidade em consigo com qualquer uma,mas cumplicidade só com você.Eu não posso me separar agora,mas se vc esperar um pouco mais...
Eu não te quero.
Não me parece segura.
Eu não quero tua vida,eu quero minha vida e se isso significa você fora dela é assim que vou fazer.
Você fala como se nós fossemos independentes de sentimentos.
Não sou escrava deles.
Se doa um pouco pra mim.
Eu estou reservada Antonio.
Quem é ele?
Você me menospreza.
Eu te quero;do que você esta falando?
Você me olha como se eu estivesse procurando um pedaço de carne pra colocar na buceta.Eu digo que quero tocar minha vida de forma independente e você afirma que tenho outro.
Eu apenas perguntei.
Você praticamente me acusou.
É por que sou casado?
Não.
Qual o motivo?Eu preciso saber.Tenho direito,não?
Vou embora.
Fica.
Se tivesse chegado no horario nossa conversa teria sido maior.
Eu disse que...
É isso...
O que?
Eu sou o trunfo do teu ego,hoje é tua esposa que deu crise,amanhã teu carro que quebrou,depois de amanhã uma reunião do seu chefe;e sempre a certeza de que alguem aqui estara sentada a te esperar, por favor Antonio.
Sem fala olhou pra ele num ultimo pedido de compaixão.
A voz suave e firme de Luzia ressou:até amanhã na facul,boa tarde.

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